Sociodrama e Roll playing

Distinção entre Sociodrama e Psicodrama

O Sociodrama trabalha sobre a relação social. Sobre os papeis sociais. Difere do psicodrama, que trabalha o eu: o papel do eu.

O trabalho do rol-playing em sociodrama é como um autoestrada. Entra-se e sai-se das cenas em função das necessidades. No psicodrama segue-se uma linha: uma hipótese terapêutica.

No sociodrama o protagonista é o grupo e trabalham-se os papeis sociais. Qualquer membro do grupo entra e saia da cena como quer. A espontaneidade é total.

O objetivo do sociodrama é trabalhar sobre os papeis sociais. Procurar a adequação dos papeis. Treinar a mudança dos papeis e a sua adequação. O sociodrama oferece um contexto e desenvolve a espontaneidade. Em sociodrama, os protagonistas experimentam os papeis. Atenção, que em socio drama experimentar não é trocar de papel. Não é procurar ver o outro com os olhos dele, mas procurar uma ação adequada ao contexto. Por exemplo, Moreno, usava o psicodrama para treino de empregadas de mesa. Efetuava-se uma autoscopia. Uma representação inicial, seguida duma apreciação pessoal, da discussão em grupo, e uma nova representação.

A inversão do papel social é uma experimentação de papel, pelo que há certos papeis que não podem ser solicitados. O bom-senso do diretor deve identificar essas situações. Por exemplo papeis que potenciem conflitos que não interessem trabalhar. Embora o conflito seja um tema  trabalhado pelo sociodrama  . A questão do conflito em sociodrama é explorado por  Peter Colman

Em sociodrama o processo de representação termina quando há uma saturação do papel. Há um conjunto de ciclos na representação. Quando à uma saturação do pepel, verifica-se uma alteração de ciclo. A riqueza do sociodrama é o de permitir que cada um descubra o que quer em cada situação. O sociodrama permite mexer em tudo, sem implicar mexer em nada de pessoal.

A interpretação em processo resulta das evocações dos protagonistas. As representações como evocações dos papeis socais, dão uma medida da conformidade do papel social.

A gramática de leitura – o modelo teórico do sociodrama- é um processo elíptico. Cada ponto (papel) conduz a uma multiplicidade de pontos.

No Porto foi construído um edifício transparente. No edifício cabe tudo. É uma casa onde se permite que tudo tenha lugar. Está contudo limitado pelas suas paredes transparentes. O sociodrama é como esse edifício. Permite que tudo aconteça e os limites são quilo que cada grupo definir como adequado.

Filme de Moreno sobre A espontaneidade no treino. Moreno denomina-o re-treining.

A questão da audiência no Psicodrama. No psicodrama trabalha-se a audiência. No sociodrama a audiência é o protagonista social. Ver site psichoterapy. Com da columbia unversity

A questão da transferência em sociodrama. A palavra é como uma semente que se deposita. Ele irá germinar No sociodrama, a ação é uma semente.

Os grupos são uni sintomáticos. Em situação de role playing há um protagonista e todos os outros estão em situação de espelho. Todo se encontram no protagonista. Podem entrar e sair, recriar e reinventar os papeis.

A direção de sociodrama com manejo de roll-playing

Procura de casos específicos:

  • Conflitos- criado a partir de movimentos comuns
  • Lideranças. Criado a partir do diretor e da participação
  • Encurralado –  criado a partir do bloqueio das passagens.

Em sociodrama o diretor dirige muito pouco. Deixa o grupo fluir e procurar as suas dinâmicas.

1º passo o sociodrama é a escolha do tema. A escolha é feita pelo grupo, ou resultam dos diversos subgrupos que existem. É necessário trabalhar a interação entre os membros do grupo.

2º passo- deixar o grupo trabalhar o que tem e o que quer, como quer. Cada grupo, ou subgrupo deverá trabalhar a sua própria questão. –ada grupo faz o seu trabalho. Em sociodrama o grupo é um único protagonista. A voz do gruo é a voz dos diversos elemento do grupo.

3º passo – confrontar cada grupo com os outros grupos. Procurar o que há de comum.

O encerramento é feito de forma individual. O sujeito individual só emerge na partilha.

Em sociodrama o duplo é a voz do grupo. Em sociodrama o duplo é o que se sente. A tele do grupo dá uma ressonância. A tele é a voz dos outros, a interferência que os outros fazem no indivíduo.

O certo é o que está certo. A técnica tem que ser eficaz. O que é necessário, em sociodrama é que o processo atinga o objetivo de forma eficaz. O protocolo é o que permite a criação da eficiência. No sociodrama há que aplicar o protocolo com adequação. Há um paradoxo na aplicação dos protocolos, quando o que está certo pode ser o que não se faz de forma certa.

A diferença entre a Tele e a projeção. A tele em sociodrama é um passo para a ação.

A técnica não é uma solução.

Jogos de grupo:

Jogo do jacaré.- os indivíduos colocam-se em cima duma cadeira. As cadeiras estão espalhadas pela sala. O objetivo é colocar todas as cedeiras em linha. A cooperação entre os membros fornece a solução.

2 jogo – interpolação de resistências

O diretor deixa experimentar o papel. Não são os indivíduos que interessam. São os papeis que interessam experimentar.

Questão da resolução de conflitos:

Questões gerais.

O que se pode, em situação de conflito, organizar.   O grupo organiza uma estátua do conflito. Como é que vê a sua resolução.

Como é que eu vejo o meu grupo e o outro grupo. Fazer uma escultura fluida. –evitar as palavras e centrar-se no atos.

-Escolhe-se um representante do grupo. Colocar cadeiras, em angulo reto. Evitar a confrontação direta.

No conflito é normal ninguém se ouvir e ninguém reconhecer o outro. A voz do outro é importante, mas não há escuta. Na ausência de relação racional e relação emocional, é necessário, primeiro, criar uma relação emocional.

Técnica da resolução em cadeiras. Triângulo virtuoso. Eu, problema, resolução

 

problema

Cada representante do grupo senta-se numa cadeira e desenvolve a sua argumentação para a cadeira em frente, vazia ou com um observador. O grupo rival ouve, sem se exprimir. De seguida o papel é feito de forma alternada com o outro. Atenção, nos conflitos não há inversão de papeis.

O objetivo é baixar a tensão e dar lugar a trocas, primeiro emocionais, depois na procura de pontos comuns, não conflituais.

Trilogia de Beck. Nos conflitos não é bom colocar material exterior. Só se deve utilizar material no local

Ver os trablhos de Ron Weiner: Changing the world

Peter Kolemann – Sociodrama

Elaborado a partir do módulo de Gabriela Moita 25 de janeiro 2014.

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